Vídeos: As visões dos brasileiros pelo mundo sobre a pandemia

Da Redação
16/05/2021 - 11:32
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Vídeos: As visões dos brasileiros pelo mundo sobre a pandemia

A covid já deixa mais de 430 mil mortos no Brasil. É o segundo país com mais mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Enquanto a média de mortes diárias segue próxima a 2 mil, com picos acima de 3 mil, a vacinação caminha a passos lentos. O governo federal nunca escondeu o descaso com a doença, e também tem responsabilidade no atraso para a aquisição de imunizantes. Entretanto, a situação vista no Brasil não é a regra. Outros países seguem com poucos mortos e políticas certeiras para conter a covid-19.

O Brasil passou a ser visto como pária no mundo. Celeiro de novas mutações do vírus que circula livre. Um “risco sanitário” para a humanidade, nas palavras da Organização Mundial da Saúde (OMS). Diante deste cenário, a RBA conversou com brasileiros residentes em países que tratam a pandemia de outra forma. Muitos deles começam a superar o fantasma da pandemia. Em pauta nestas conversas, como esses países reagiram à pandemia; como o vírus afetou suas vidas; como foram as ações dos governos; entre outros temas urgentes.

Vacina já
Entre elas está Miriam Sanger. A jornalista vive em Israel, um dos primeiros países a dispensar uso de máscaras, após recuo da pandemia, fruto de um agressivo processo de vacinação. Mais de 60% da população já está imunizada em algum grau, com a aplicação de vacinas da Moderna e da Pfizer. “Somos um dos primeiros países do mundo a reabrir a economia e as atividades depois da redução do número de infectados e de mortos”, avalia Miriam.

“Tivemos vários lockdowns, fechamento total do país, durante duas semanas, três semanas, em que só podiamos nos locomover em uma área de até mil metros da residência. Só serviços essenciais ficaram abertos, como farmácias, médicos e mercados. A primeira onda foi superada rapidamente, a segunda foi mais complicada. Felizmente, logo depois do pico da segunda onda começou a vacinação rápida por meio de um sistema público”, afirma.

Ciência

abriel Meloni mora na Inglaterra, um dos países europeus mais atingidos pela covid-19. Após um início confuso da gestão do primeiro-ministro Boris Johnson, a terra da rainha encontrou na ciência a solução dos problemas. Através de intensas medidas de isolamento social, os casos recuaram. Agora, com mais de 50% da população já vacinada com uma primeira dose, as mortes despencaram e o governo local pediu, na última semana, para que os ingleses “resgatassem os abraços”.

“Tiveram uma série de erros e também uma série de acertos. Isso podemos falar com certeza. As ações foram muito pautadas pela ciência, apesar de certo atraso. Tivemos um segundo lockdown sugerido por cientistas que deveria ter sido feito antes. Mas, de fato, é tudo baseado em números, estatísticas (…) Agora vemos como isolamento social é eficaz. Avalio de forma positiva a gestão, de forma geral”, conta à RBA.

Informação

Meloni ainda explica que o governo adotou medidas para manutenção de empregos e as condições de vida. “Apesar de muitas pessoas terem perdido seus empregos, houve apoio financeiro muito importante (…) Em relação à vacinação, o processo está caminhando. Estão avisando as faixas etáreas que serão vacinadas com uma ou duas semanas de antecedência”, completa. O país soma mais de 112 mil mortos, mas nas últimas semanas não morreram mais de 10 pessoas por dia.

De Amsterdã, Marina destaca as ações de informação do governo holandês, como parte de um processo de combate à covid-19. O país soma pouco mais de 4 mil mortos. “Desde o começo tudo foi muito organizado pelo governo com medidas muito claras de regras coesas do que a população poderia fazer ou não. Tivemos ainda outro agora mais restrito. Restaurantes e bares fechados, academias fechadas. Tudo, na medida do possível, respeitado. Existem multas seríssimas se isso não acontecer. Desde outubro do ano passado ficamos em lockdown, até a semana passada”, explica.

No melhor dos mundos

Caio Papa Zeitune já voltou para o Brasil, mas viveu períodos de lockdown na Nova Zelândia. A ilha na Oceania é um dos melhores exemplos de controle do vírus. Desde o início da pandemia, em março de 2020, o país registrou 26 mortes. A receita do sucesso é conhecida: medidas intensivas de isolamento social, uso de máscaras, higiene pessoal e testagem em massa da população.

“Cheguei uma semana antes do lockdown no país. Foram momentos de tensão, de não saber o que ia rolar. Mas desde o início o governo se mostrou bem claro nas medidas de prevenção. Além de tudo, o povo soube muito bem lidar com as medidas restritivas. O maior mérito, além de obviamente o governo ter acatado as medidas necessárias, o povo respeitou bastante as medidas”, disse.

Erros e acertos

O Canadá é outro exemplo de país que pode ter demorado para adotar medidas mais rígidas para conter o vírus. Entretanto, o país reconsiderou rapidamente suas políticas e freou o avanço do vírus. O país tem pouco mais de 24 mil mortos, um número alto para o padrão canadense, mas muito baixo perto do vizinho Estados Unidos, ou mesmo do Brasil.

Xandra Stefanel vive em Montreal, na província de Quebec, e conta para a RBA como o governo local trabalhou contra o vírus. Ela se queixa de certa demora na vacinação, especialmente em comparação com outros países avançados. Entretanto, já estão sendo vacinados adultos acima de 35 anos. “Agora parece que a vacinação realmente está atingindo a população. É isso que traz alívio (…) O governo está oficializando que vai aliviar medidas de isolamento em áreas que estão cada vez com menos casos.” Mesmo assim, ela explica que “os restaurantes seguem fechados, o trânsito está fechado entre zonas vermelha e amarela; quem está em uma não pode ir em outra. O uso de máscaras é obrigatório”.

Lockdown ativo

A Alemanha foi duramente atingida pela covid-19. O país está em lockdown até o final de junho, pelo menos. A vacinação demorou para engatar no país, que agora segue um ritmo veloz. Mais de 34% da população já recebeu uma primeira dose, mas o número elevado de mortes inspira cuidados; são 85 mil desde o início da pandemia.

Flavia Cristina mora em Frankfurt e conta para a RBA como estão os dias de surto de covid-19 no país. “O governo sempre toma medidas e decide sobre se vai estender o lockdown uma semana antes do término. Então, no início eu acreditava que tínhamos uma boa gestão. Em relação à contenção do vírus, foi positiva (…) uso de máscaras cirúrgicas obrigatórias e isolamento social de verdade (…) No que está pecando é na administração das vacinas. Realmente, não sei se foi despreparo. Mas o que vale para mim é que só posso ir ao supermercado e não fazer muita coisa fora de casa”, afirma.

Fonte: Rede Brasil Atual