Polícia Civil investiga venda ilegal de agrotóxicos para alimentação de bovinos

Da Redação
08/07/2021 - 07:25
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Polícia Civil investiga venda ilegal de agrotóxicos para alimentação de bovinos

Defensivos que deveriam ser usados exclusivamente em lavouras eram misturados na ração dos animais. Entre os alvos da ação estão empresários, engenheiros agrônomos, médicos veterinários e produtores rurais.

A Polícia Civil de Goiás investiga um esquema criminoso responsável pela venda ilegal de agrotóxicos para a alimentação de bovinos no Estado. Durante a Operação Carne Tóxica, deflagrada nesta terça-feira (06/07), quatro empresas de Goiânia e uma de Jaraguá foram inspecionadas. A ação encerra a primeira etapa de investigação, que ocorre desde 2018 na Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon).

Segundo o delegado Webert Leonardo Lopes, os produtos, que deveriam ser utilizados em lavouras, estavam sendo misturados na ração dos animais com o objetivo de combater pragas comuns na agropecuária. “Eles visavam combater a doença conhecida como ‘Mosca do Chifre’ e também o carrapato, em razão do menor valor que esses produtores pagam por esses produtos, em torno de 20% daquele produto cientificamente indicado para o controle dessas pragas no gado”, informou.

Ainda de acordo com o delegado, a prática é prejudicial à saúde do gado e dos seres humanos, já que os defensivos agrícolas usados possuem substâncias tóxicas, inclusive cancerígenas. “O consumidor goiano, que está no final da cadeia, está consumindo agrotóxico e colocando em risco sua vida. Está comprando um produto sem saber que está contaminado, o que pode provocar diversos malefícios à coletividade”, explicou.

Entre os alvos da ação, estão empresários, engenheiros agrônomos, médicos veterinários e produtores rurais. “Esses profissionais agrônomos e veterinários, que deveriam estar prescrevendo o produto específico, acabaram vendendo um produto extremamente nocivo”, destacou. As equipes descobriram ainda que os agrotóxicos eram vendidos sem a exigência de inscrição do produtor rural, com a emissão de notas fiscais em nome de terceiros.

Ao final da investigação, os suspeitos podem responder por crime contra as relações de consumo e associação criminosa, além da interdição das empresas, multa e suspensão e/ou exclusão da habilitação para desempenho das profissões. A operação contou com o apoio da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás (CRMVGO), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREAGO) e da Delegacia de Polícia Civil de Jaraguá