Cinema brasileiro perde Paulo José

Da Redação
12/08/2021 - 00:26
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Cinema brasileiro perde Paulo José

Ator de 84 anos, que há 20 sofria do Mal de Parkinson, morreu nesta quarta-feira.

Talvez pouco lembrado hoje em dia, o filme O Padre e a Moça , baseado em poema de Carlos Drummond de Andrade e dirigido por Joaquim Pedro de Andrade em 1966, representou a estreia no cinema de um jovem de 29 anos que havia começado no teatro mais ou menos uma década antes. O gaúcho Paulo José Gomes de Souza era o padre da trama, contracenando com Helena Ignêz. O filme foi considerado um dos melhores feitos no Brasil em todos os tempos.

Em 1969, veio Macunaíma, inspirado em livro de Mário de Andrade e novamente dirigido por Joaquim Pedro. E mais uma na lista das grandes obras cinematográficas nacionais. O anti-herói nasce negro (Grande Otelo) e se torna branco, passando a ser vivido por Paulo José, que aos poucos ganharia as telinhas e é reconhecido como um os principais atores do país. Também viveu outro personagem marcante da literatura, Policarpo Quaresma, em filme de 1998. Ele morreu nesta quarta (11), no Rio de Janeiro, aos 84 anos.

Em 2015, mostra celebrou os 50 anos de cinema de Paulo José
Segundo as primeiras informações, em consequência de uma pneumonia – estava internado havia 20 dias. E há mais de duas décadas convivia com o Mal de Parkinson. Casado, deixa quatro filhos, três do primeiro casamento, com a atriz Dina Sfat.

“Quanta história!”
“Vai em paz, Paulo José. Muito triste. Grande ator, ótima pessoa, estimado por todos. Daquela geração linda de Domingos, Carvana, Leila, Isabel, Joana, Dina, Cecil, Flávio… Quanta história!”, escreveu a jornalista Hildegard Angel. “Esse negócio de morrer devia ser abolido pra certas pessoas que só acrescentam à vida.”

“Perdemos um dos maiores atores brasileiros de todos os tempos, o Paulo José”, comentou Patricia Pillar. “Ser humano generosíssimo e um ator brilhante. Seus personagens podiam ser leves e profundos ao mesmo tempo. Um artista gigante!”

Do Sul para São Paulo e Rio
Paulo José chegou a São Paulo no início dos anos 1960, onde trabalhou no Teatro de Arena. Começou em novelas em 1969, mas tornou-se conhecido com a dupla que compôs ao lado de Flávio Migliaccio, na novela O Primeiro Amor, de 1972. A dupla Shazan&Xerife fez tanto sucesso que virou seriado.

Ele trabalhou em dezenas de novelas, filmes e peças. Um filme mais recente de que participou foi O Palhaço (2011), ao lado de Selton Mello, que também foi o diretor.