Aparecida vai testar vacina em formato Spray de Israel

Da Redação
19/02/2021 - 09:31
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Aparecida vai testar vacina em formato Spray de Israel

No Brasil a USP (Universidade de São Paulo) e a Unicamp (Universidade de Campinas) também estão desenvolvendo imunizante spray para a covid-19

O prefeito Gustavo Mendanha (MDB) anunciou que Aparecida de Goiânia deve fazer uso de medicamento em forma de spray que está sendo testado como vacina em Israel. O remédio, chamado EXO-CD24 tem potencial de frear o processo inflamatório intenso que acontece no pulmão resultante de uma resposta desregulada do sistema imunológico à invasão do vírus.

Alguns estudos mostraram que esse processo, conhecido como tempestade de citocinas, estava ligado a uma maior mortalidade de pacientes da covid-19.  O Brasil deve participar da Fase 3 dos testes do spray nasal EXO-CD24 contra a covid-19, que está sendo desenvolvido pelo Centro Médico Ichilov de Tel Aviv e Aparecida de Goiânia deve ser beneficiada neste processo.

De acordo com cientistas israelenses do Centro Médico Ichilov, em um teste realizado com um grupo de 30 pacientes com quadros médios e graves de covid-19, 29 dessas pessoas tiveram alta entre três e cinco dias depois da aplicação. O indivíduo restante também se recuperou, mas depois de um período maior.

USP e Unicamp também desenvolvem spray

Cientistas da USP e da Unicamp também estão desenvolvendo uma vacina por spray nasal contra a Covid-19. A vacina traz diversas vantagens em relação ao método injetável, incluindo a atuação direta na mucosa nasal, que é uma das principais portas de entrada do novo coronavírus no organismo humano. Dessa forma, a perspectiva é que aconteça a eliminação do vírus já no canal de entrada. A vacina está em fase de testes pré-clínicos, em camundongos, e segue para a etapa de escalonamento da produção, realizada na Unicamp.

Segundo a professora Laura de Oliveira Nascimento, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unicamp, que encabeça esse processo a concepção da vacina da USP e da Unicamp, desde o princípio, incorporou a preocupação com uma formulação que possa ser aplicável para a população.

Para a pesquisadora, a experiência do líder da equipe, o professor da USP Marco Antonio Stephano, foi fundamental na concepção de produção industrial. “Desde o começo, ele e a equipe estão produzindo uma formulação que possa ser produzida de maneira rápida e em larga escala”, observa.

De acordo com Jorge Kalil Filho, diretor do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, professor titular de Imunologia Clínica e Alergia da FMUSP e coordenador da pesquisa, opção pelo desenvolvimento da vacina nasal se deve ao fato de que uma resposta local muito forte pode, assim, ser estimulada, diz Kalil Filho. Além disso, a vacina fortalece as defesas na mucosa nasal. Como demais vantagens, a produção é descomplicada e 100% nacional, além da a vacina ser extremamente adaptável aos diferentes variantes, e poder ser guardada até mesmo em temperatura ambiente.